domingo, 4 de dezembro de 2016

o abuso maquiado

Ao longo do tempo muito percebia, discordava e opinava sobre os relacionamentos de pessoas que conhecia, e pouco refleti sobre os relacionamentos (que não foram muitos) que tive.
Relações abusivas deixam para além do constrangimento momentâneo (para você e os que estão próximo),  deixam marcas e sequelas - tanto físicas, quanto psicológicas.
Demorei para perceber que aquilo que eu mais temia, já havia acontecido comigo e sei que várias mulheres passam por isso com uma certa frequência, e é ignorado ou tido como brincadeira ou ciúme um tanto excessivo por amigos e parentes.
Passei quatro longos anos após o fim de um certo relacionamento para que, com tranquilidade e clareza, pudesse perceber que toda exposição (durante e pós,  eram sem nenhum tipo de pudor) com conversas 'bestiais' ou comentários 'ingênuos', nada mais eram que uma (das mais variadas) forma de denigrir minha imagem, e claro, todas as conversas eram abordadas (principalmente) com os 'amigos' próximos, pois sempre eu fui a louca, ciumenta e descontrolada.
Diante disso, coloco tal afirmativa, existe uma linha tênue entre as relações abusivas (psicológica) e a violência (física) cometida de maneira assídua contra as mulheres - falo principalmente das mulheres  além pela obviedade de ser uma, pelo fato de a sociedade acreditar ter poder de decisão e escolha sobre nossos corpos, o que aparentemente permite que os parceiros cometam esse tipo de atitude, assim como permitiu se perpetuar ao longo do tempo.
Essa linha tênue entre o abuso psicológico e o físico, faz crescer cotidianamente o número de mulheres assassinadas, que transformam-se apenas em estatística, já que não existe qualquer meio de resguardar sua vida ou saúde mental e física.
Mas claro, os homens também são vítimas de tais abusos,  e mesmo que em menor proporção, não significa que seja admissível.
Como pode alguém  que se diz amar, abalar de tal forma a estrutura psicológica de outrem e sair impune? 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Por uma nova política: As eleições municipais de 2016


“Somos milhões que damos a face jovem ao Brasil”

A União da Juventude Socialista, com seus 31 anos de luta política, vem carregando os anseios e sonhos da juventude nos diferentes contextos sociais, políticos e econômicos pelos quais passou o país. A luta da organização, que dialoga com jovens de todas as cores, raça, gênero, credo, dentro ou fora dos muros das escolas e universidades – desde sua fundação em defesa dos direitos do povo brasileiro, ergue a bandeira do desenvolvimento e soberania nacional, e luta ferozmente contra o conservadorismo e capitalismo selvagem, que são os responsáveis pela manutenção da desigualdade social.
A História política do Brasil é eminentemente marcada por aspectos clientelistas, personalistas e de práticas de manutenção do poder nas mãos das elites, aspectos esses que, por vezes, parecem cristalizados no percurso político do país. Foi assim antes mesmo do “Brasil” ser “Brasil”, quando a corte portuguesa determinava os rumos da colônia com o aval das elites locais, prática que permaneceu durante todo o Império e se manteve na República, não, porém, sem revolta!
Nos últimos anos assistiu-se no Brasil, e na América do Sul como um todo, um avanço no que concerne as lutas das camadas populares. A esquerda no cenário sul americano, ainda que dividida entre um bloco mais radical (A exemplo da Venezuela de Hugo Chávez e da Bolívia de Evo Morales) e um bloco que se assemelha mais aos ideais da social democracia dos pós-guerra (A citar o Brasil de Lula e a Argentina dos Kirchner), colocou-se no papel de vanguarda no combate ao imperialismo e a subjugação que o capital impõe aos povos. O momento é de continuar avançado, mas para além disso, renovar as pautas da esquerda, colocando no centro do debate os gritos que ecoam das diversas manifestações populares espalhadas nos país.
O cenário no qual nos encontramos imersos ressalta a importância da UJS de disputar o imaginário do povo brasileiro e lutar pela elevação da consciência de classe, para que possamos construir uma sociedade justa e humana para todas e todos. Baseada nos anseios e desafios que se apresentam em nosso manifesto e na luta política cotidiana, percebemos o quão frágil é a representação política do nosso povo e, consequentemente, a latente necessidade da juventude de se inserir nos espaços de decisão e poder, dando voz e oportunidade de colocar na agenda governamental as pautas da juventude.
Tomamos a decisão de disputar esses espaços, que hoje são ocupados por representantes da minoria da população, e pintar as câmaras de vereadores, prefeituras, assembleias legislativas de gente com a nossa cara e coragem. Dessa forma, apresentamos aqui em Pernambuco algumas candidatas e candidatos jovens, que carregam a luta e história de nossa organização, para apresentar o nosso projeto de nação a sociedade pela necessidade política e falta de representação que temos.
Melka Pinto (Recife), Matheus Lins (Olinda), Alcides dos Anjos – Jesus (Paulista), Anderson Rangel (Camaragibe), Paulinho Coelho (Stª Cruz do Capibaribe), Rodolfo (Ilha de Itamaracá), Gildázio (Ouricuri), assim como outros – não tão jovens –, mas que debaterão e levantarão questões fundamentais sobre a vida e anseios não apenas dos jovens, mas do nosso povo que sente na pele diariamente (mesmo depois de programas sociais e medidas paliativas que nos deu outra perspectiva) a falta de políticas públicas eficazes que venham de encontro a problemas que se demonstram enraizados na estrutura social.

Dessa maneira, chegamos nas eleições municipais do ano corrente com essas pré-candidaturas, como cabos eleitorais do nosso pensamento e projeto, que venham a mudar paulatina e radicalmente a vida de cada brasileira e brasileiro. De fato, existe uma parcela da juventude desacreditada da política enquanto mecanismo de transformação da realidade social e a essa parcela, convidamos a mais que confiar, convidamos a ser confiança, a vir construir conosco uma nova política, uma política mais participativa, que dialogue e olhe nos olhos da nossa gente. Como diria o poeta: “Tenha fé no nosso povo que ele insiste”.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

ponte para quê?

Comecei a ler o 'Ponte para o futuro' do desgoverno interino, as primeiras linhas dizem: 'Todas as iniciativas aqui expostas constituem uma necessidade, e quase um consenso, no país. A inércia e a imobilidade política têm impedido que elas se concretizem. A presente crise fiscal e, principalmente econômica, com retração do PIB, alta inflação, juros muito elevados, desemprego crescente, paralisação dos investimentos produtivos e a completa ausência de horizontes estão obrigando a sociedade a encarar de frente o seu destino. Nesta hora da verdade, em que o que está em jogo é nada menos que o futuro da nação, impõe-se a formação de uma maioria política, mesmo que transitória ou circunstancial, capaz, de num prazo curto, produzir todas estas decisões na sociedade e no Congresso Nacional. Não temos outro caminho a não ser procurar o entendimento e a cooperação.'

Pois bem, esse início de proposta no papel até é bonito (nem parece que acabaram de dar um golpe no nosso povo), mas o que na prática está acontecendo é: desvalorização e enfraquecimento da nossa maior estatal (PETROBRAS), desemprego, retirada de investimentos sociais, diminuição nos investimentos em educação e saúde. Ou seja, essa ponte para o futuro, está mais para ponte para o retrocesso/passado.
Não podemos nos calar perante os golpistas que trazem de volta para o cenário nacional (político e econômico) estagnação, retirada de direitos (conquistados com muita luta, sangue, suor e lágrimas do povo brasileiro) e retrocesso.
A necessidade de unidade política em torno de um projeto que venha antes de tudo elevar o nível de consciência e participação do povo (desde a votação, até os espaços de decisão e poder) precisa ser valorizado e debatido cotidianamente, para assim derrotarmos os que insistem em defender e pautar um estado mínimo.
A luta e unidade cada dia são mais necessárias, para que assim possamos construir uma sociedade justa para cada brasileir@.

das opções

Com toda tecnologia no mundo fica mais nítido a solidão e carência das pessoas do século XXI (e sua felicidade exacerbada) para alguns, surgiu a necessidade de se adequar e mostrar tamanha alegria (seja postando fotos de sua vida de casal, família linda e perfeita como nos filmes norte-americanos ou novela da globo). Sendo assim, para (fingir ter essa vida) se adequar é necessário ter:
  1. um namorado/esposo perfeito (que te leve sempre pra jantar fora, te dê flores e poste textões e poemas bonitos)
  2. Sair todo final de semana com vários amigos e o companheiro para esbanjar alegria e amor 24h, principalmente nas redes sociais.
Esse fantástico mundo de Bob que muitos vivem, cheio de aparências e pouca essência não me agrada, sendo assim, optei por não ter relacionamento sério com ninguém há um bom tempo e sim, surgiram várias piadas, questionamentos e julgamentos sobre isso (como se isso fosse da conta de alguém - me perdoem a grosseria da frase).
ODEIO todas as vezes que me arrumam um pretendente em potencial (é tanto que nunca apareço nos encontros), 'Luana, você precisa de alguém pra cuidar de você', 'Luana, tá na hora de casar'.  Vivi uma vida/relacionamento (bosta) de aparências na qual eu saí extremamente magoada, portanto não quero e nem tipo um relacionamento assim, me desculpe frustrar seus devaneios sobre minha vida.
Optei há um tempinho em pensar em mim, em minha família (que inclusive está crescendo), em me dedicar e contribuir mais com a organização da qual faço parte, e reorganizar as ideias e tudo mais.
Como já falei, não quero ter uma vidinha de aparências pra agradar os amigos, portanto meus caros ao invés de me perguntar sobre o namorado que não existe que tal me perguntar que série tô assistindo, como vai o espanhol, ou o que acho da conjuntura nacional. Não arranjem encontros, não achem que estou triste e solitária porque não tenho alguém do meu lado me traindo, não me pressionem e respeitem meu tempo.
Ficarei extremamente agradecida e menos constrangida.