Ao longo dos séculos a mulher vem sendo cada vez mais reprimida pela
sociedade, e se engana quem acha que o opressor é única e exclusivamente do
sexo oposto, as mulheres cada dia mais vem reproduzindo o discurso ofensivo e
agressivo, reflexo do que é a nossa sociedade.
No último dia 07/12 no programa Altas Horas, vimos com clareza o quão é
grave esse posicionamento de algumas mulheres que se colocam como sensíveis a
causa e nada fazem além de reproduzir um discurso machista e arcaico dos
padrões imposto principalmente pelas elites.
Tenho a opinião de que a luta pelo feminismo não é simplesmente ter o
mesmo direito dos homens, mas é de dar a mulher o direito de poder de decisão
sobre seu corpo.
A nossa luta é para garantir nosso direito de decidir o que queremos
sobre nossa vida e corpo, sem precisar morrer nos açougues que são as clínicas
clandestinas para aborto, para que o estado dê a essas mulheres assistência,
para que possamos fazer com que a lei Maria da Penha seja de fato fiscalizada,
posta em prática de verdade e passe a punir os agressores e opressores, tendo
em vista que o assédio sexual é freqüente e reprime e humilha tanto quanto as
agressões físicas.
Portanto, combater o machismo é lutar para mudar inclusive o modelo de
sociedade no qual vivemos, onde todos precisam seguir padrões impostos pelas
elites, e que ao longo da história sub-valoriza e exclui parcela significativa
da população dos espaços de poder e decisão em nosso país.