terça-feira, 9 de dezembro de 2014

meu corpo, minhas regras

Ao longo dos séculos a mulher vem sendo cada vez mais reprimida pela sociedade, e se engana quem acha que o opressor é única e exclusivamente do sexo oposto, as mulheres cada dia mais vem reproduzindo o discurso ofensivo e agressivo, reflexo do que é a nossa sociedade.
No último dia 07/12 no programa Altas Horas, vimos com clareza o quão é grave esse posicionamento de algumas mulheres que se colocam como sensíveis a causa e nada fazem além de reproduzir um discurso machista e arcaico dos padrões imposto principalmente pelas elites.
Tenho a opinião de que a luta pelo feminismo não é simplesmente ter o mesmo direito dos homens, mas é de dar a mulher o direito de poder de decisão sobre seu corpo.
A nossa luta é para garantir nosso direito de decidir o que queremos sobre nossa vida e corpo, sem precisar morrer nos açougues que são as clínicas clandestinas para aborto, para que o estado dê a essas mulheres assistência, para que possamos fazer com que a lei Maria da Penha seja de fato fiscalizada, posta em prática de verdade e passe a punir os agressores e opressores, tendo em vista que o assédio sexual é freqüente e reprime e humilha tanto quanto as agressões físicas.

Portanto, combater o machismo é lutar para mudar inclusive o modelo de sociedade no qual vivemos, onde todos precisam seguir padrões impostos pelas elites, e que ao longo da história sub-valoriza e exclui parcela significativa da população dos espaços de poder e decisão em nosso país.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A vida tem dessas coisas: se permitir, se entregar e voltar atrás.
Não gosto de pessoas vazias, mas das que se esvaziam todos os dias (não por falta de essência) pela necessidade de se reinventar.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

o que dá sentido

...Fui como um ferido pelas ruas até que compreendi que havia encontrado amor, meu território de beijos e vulcões.

Não sabia o que dizer, a minha boca não sabia nomear,
meus olhos eram cegos, algo me golpeava a alma, febre ou asas perdidas, fui me fazendo só, decifrando aquela queimadura, e escrevi a primeira linha vaga
(...)
E eu, um mínimo ser, ébrio do vazio enorme constelado,
à semelhança, à imagem do mistério,
senti-me parte pura desse abismo, girei as estrelas,
meu coração se desatou no vento.

Te amo, beijo em tua boca a alegria.
Tragamos lenha. Faremos fogo na montanha.

da não estou preparado pra crescer
e aceitar que é natural,
para reconhecer que tudo
tem um princípio e tem um final.

Ainda não estou preparado para não poder te olhar
ou não poder te falar.
Não estou preparado para que não me abraces
e para não poder te abraçar...

Já és minha. Repousa com teu sonho em meu sonho...
... enquanto eu sigo a água que levas e me leva:
a noite, o mundo, o vento enovelam seu destino,
e já não sou sem ti apenas teu sonho.

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora, mas a amada já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Chegastes à minha vida com o que trazias,
feita de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti, assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui...
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura de um amor verdadeiro.


...nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante...

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...
Pablo Neruda