sexta-feira, 27 de setembro de 2013

ele se chama Antônio

Era a distância que mais nos aproximava: não os poemas, não as cinzas daquele cigarro inacabado. Todo amor exige certo distanciamento para ser lembrado em qualquer espaço de tempo, em qualquer pedaço de sentimento. Eu, para te ter, precisei te escrever. Só assim pude dormir tranquilo todas as noites que estivemos longe um do outro do outro do outro: sem ouvir o timbre da tua voz tão doce e tão delicada, sem tragar teus problemas tão doces e confusos, sem estragar teus dias tão delicados e breves. Só assim consegui domar a angústia que é não poder acariciar teu sorriso matinal, tua presença tardia e teu gozo noturno. E para não morrer de saudade, me alimentei das suas ausências: só assim pude digerir a angústia sem passar mal, sem rancor.

[sem rancor; antônio]



P. S É com muita felicidade misturada com muita tristeza que venho aqui, postar o texto bonito do "Antônio", ele, que escreve bonitezas tantas...

domingo, 22 de setembro de 2013

um café, e um amor... quentes, por favor!

Um café e um amor... Quentes, por favor!
Sem excessos de doçura ou amargura.
Forte; doce.
Que ambos façam meu coração acelerar.
Que me mantenham vivo.
Um café e um amor... Quentes, por favor!
E que de nenhum deles eu sofra de vício,
Mas que de ambos,
Eu possa me dar ao luxo do hábito.
Um café e um amor... Quentes, por favor!
Pra ter calma nos dias de frio.
Pra dar colo
Quando as coisas estiverem por um fio.
E que eles nunca tenham gosto de ontem
Nem anseiem pelo amanhã.
Que me façam feliz nesse agora,
Que me abracem pela manhã.
Amargos, suaves
Intensos, sutis
Saborosos!
E quentes.