sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Passeata dos estudantes em defesa do Polo de Confecções
Nessa sexta feira (04/11/2011) a AESSCC (Associação dos Estudantes Secundaristas de Santa Cruz do Capibaribe) saiu a ruas com os estudantes para afirmar apoio a todos confeccionistas da cidade que vem sofrendo por causa de um empresário que estava comprando lixo hospitalar dos EUA. A luta por uma economia estabilizada na cidade vem sendo construida a decadas e não podemos deixar que um caso isolado afete a autonomia de todos os confeccionistas que não são apenas daqui mais das cidades circunvizinhas. Por isso vale reforçar a importância do Polo de Confecções, do Moda Center que veio trazer uma nova perspectiva e dá uma nova cara para o Agreste Pernambucano.
E parabenizar a nova diretoria da AESSCC que a pouco eleita mais já mostrando que irá defender a causa estudantil e os assuntos que os envolvem também.
domingo, 9 de outubro de 2011
Recomeço
"Por que tudo agora recomeça, não do zero, muito menos de onde havia parado, recomeça de algum lugar onde o tempo deu defeito e não foi perceptível aos nossos olhos.
(Luana Lopes)"
"
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Rumo ao 6º Congresso da AESSCC
No dia 15(quinze) de setembro, na Escola Menino Jesus aconteceu o 2º COMEB (Conselho Municipal de Entidades de Base [Grêmios]) da AESSCC (Associação do Estudantes Secundaristas de Santa Cruz do Capibaribe) que tem como intuito regimentar e convocar 6º congresso da entidade.
O 2º COMEB teve a presença do membro fundador e ex-presidente da AESSCC Willamy Feitosa, Paulo Coelho (Paulinho) diretor da AESSCC, Tiago Oliveira, ex-presidente da AESCC, UMES e ex-diretor da UBES, Iana Paula, Presidente da UJS-SCC.
Após o credenciamento dos grêmios, a presidente da AESSCC Luana Lopes ressaltou a importância da realização do COMEB e também da importância de grêmios não só ativos mais atuantes. Foi também falado sobre a história da AESSCC, de sua importância, e ´protagonismo`, pelo x-presidente da AESSCC, Willamy Feitosa, e também de suas principais bandeiras nessa gestão 2009/2011, por Paulo Coelho (Paulinho).
Logo em seguida foi feita a leitura do Regimento, feita algumas alterações, e aprovado por unanimidade pelos delegados devidamente credenciados no COMEB.
Portanto, como foi aprovado no 2º COMEB da AESSCC no dia 15 de Outubro de 2011 acontecerá na Escola Padre Zuzinha o 6º Congresso da AESSCC.
Então, até lá!
Saudações!
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Com a palavra, Gonzaguinha...
...Eu acho que estou aprendendo aos poucos... né? Eu espero que agora eu agrida menos as pessoas do que há alguns anos atrás, quanto menos eu agredir as pessoas no futuro, para mim é melhor! Isso é o que eu acho que eu devo conseguir, e que aos poucos eu vou conseguindo, eu ainda tenho muita coisa pra aprender... devagar... e tal. Mas um dia quem sabe eu chego lá, quem sabe daqui a uns vinte anos... quem sabe?... Eu tenho paciência para aprender...
(Gonzaguinha, 3.12.1990 Quatro meses antes do seu falecimento)
(Gonzaguinha, 3.12.1990 Quatro meses antes do seu falecimento)
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Certas esperanças
Certas esperanças
É preciso - é mais do que preciso, é forçoso - dar boas festas, trocar embrulhinhos, querer mais intensamente, oferecer com mais prodigalidade, manter o sorriso e, acima de tudo, esquecer tristezas e saudades.
Façamos um supremo esforço para lembrar e sermos lembrados, porque assim manda a tradição e é difícil esquecer à tradição. Enviemos cartões e telegramas de felicitações àqueles que amamos e também àqueles que - sabemos perfeitamente - não gostam da gente. O Correio, nesta época do ano, finge-se de eficiente e já lá tem prontos impressos para que desejemos coisas boas aos outros, nivelando a todos em nossos augúrios.
Depois de abraçar e ser abraçado, desejar sincera e indiferentemente, embrulhar e desembrulhar presentes, cada um poderá fazer votos a si mesmo, desejar para si o que bem entender. Subindo na escala das idades, este sonhou todo o mês com um trenzinho elétrico, aquele com uma bicicleta (com farol e tudo), o outro certa moça, mais além um quarto sonhador esteve a remoer a idéia de ser ministro e o rico... bem, o rico só pensa em ser mais rico. O rico detesta amistosamente os ministros, já não tem olhos para a graça da moça, pernas para pedalar uma bicicleta e, muito menos, tempo para brincar com um trenzinho.
Dos planos de cada um, pouquíssimos serão transformados em realidade. Alguns hão de abandoná-los por desleixo e a maioria, mal o ano de 56 começar, não pensará mais nele, por pura desesperança. O melhor, portanto, é não fazer planos. Desejar somente, posto que isso sim, é humano e acalentador.
De minha parte estou disposto a esquecer todas as passadas amarguras, tudo que o destino me arranjou de ruim neste ano que finda. Ficarei somente com as lembranças do que me foi grato e me foi bom.
No mais, desejarei ficar como estou porque, se não é o que há de melhor, também não é tão ruim assim e, tudo somado, ficaram gratas alegrias. Que Deus me proporcione as coisas que sempre me foram gratas e que - Ele sabe - não chegam a fazer de mim um ambicioso.
Que não me falte aquele almoço honesto dos sábados (único almoço comível na semana), com aquele feijão que só a negra Almira sabe fazer; que não me falte o arroz e a cerveja - é muito importante a cerveja, meu Deus! -, como é importante manter em dia o ordenado da Almira.
Se não me for dado comparecer às grandes noites de gala, que fazer? Resta-me o melhor, afinal, que é esticar de vez em quando por aí, transformando em festa uma noite que poderia ser de sono.
E para os pequenos gostos pessoais, que me reste sensibilidade bastante para entretê-las. Ai de mim se começo a não achar mais graça nos pequenos gostos pessoais. Que o perfume do sabonete, no banho matinal, seja sempre violeta; que haja um cigarro forte para depois do café; uma camisa limpa para vestir; um terno que pode não ser novo, mas que também não esteja amarrotado. Uma vez ou outra, acredito que não me fará mal um filme da Lollobrigida, nem um uísque com gelo ou - digamos - uma valsa.
Nada de coisas impossíveis para que a vida possa ser mais bem vivida. Apenas uma praia para janeiro, uma fantasia para fevereiro, um conhaque para junho, um livro para agosto e as mesmas vontades para dezembro.
No mais, continuarei a manter certas esperanças inconfessáveis porém passíveis - e quanto - de acontecerem.
Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta
É preciso - é mais do que preciso, é forçoso - dar boas festas, trocar embrulhinhos, querer mais intensamente, oferecer com mais prodigalidade, manter o sorriso e, acima de tudo, esquecer tristezas e saudades.
Façamos um supremo esforço para lembrar e sermos lembrados, porque assim manda a tradição e é difícil esquecer à tradição. Enviemos cartões e telegramas de felicitações àqueles que amamos e também àqueles que - sabemos perfeitamente - não gostam da gente. O Correio, nesta época do ano, finge-se de eficiente e já lá tem prontos impressos para que desejemos coisas boas aos outros, nivelando a todos em nossos augúrios.
Depois de abraçar e ser abraçado, desejar sincera e indiferentemente, embrulhar e desembrulhar presentes, cada um poderá fazer votos a si mesmo, desejar para si o que bem entender. Subindo na escala das idades, este sonhou todo o mês com um trenzinho elétrico, aquele com uma bicicleta (com farol e tudo), o outro certa moça, mais além um quarto sonhador esteve a remoer a idéia de ser ministro e o rico... bem, o rico só pensa em ser mais rico. O rico detesta amistosamente os ministros, já não tem olhos para a graça da moça, pernas para pedalar uma bicicleta e, muito menos, tempo para brincar com um trenzinho.
Dos planos de cada um, pouquíssimos serão transformados em realidade. Alguns hão de abandoná-los por desleixo e a maioria, mal o ano de 56 começar, não pensará mais nele, por pura desesperança. O melhor, portanto, é não fazer planos. Desejar somente, posto que isso sim, é humano e acalentador.
De minha parte estou disposto a esquecer todas as passadas amarguras, tudo que o destino me arranjou de ruim neste ano que finda. Ficarei somente com as lembranças do que me foi grato e me foi bom.
No mais, desejarei ficar como estou porque, se não é o que há de melhor, também não é tão ruim assim e, tudo somado, ficaram gratas alegrias. Que Deus me proporcione as coisas que sempre me foram gratas e que - Ele sabe - não chegam a fazer de mim um ambicioso.
Que não me falte aquele almoço honesto dos sábados (único almoço comível na semana), com aquele feijão que só a negra Almira sabe fazer; que não me falte o arroz e a cerveja - é muito importante a cerveja, meu Deus! -, como é importante manter em dia o ordenado da Almira.
Se não me for dado comparecer às grandes noites de gala, que fazer? Resta-me o melhor, afinal, que é esticar de vez em quando por aí, transformando em festa uma noite que poderia ser de sono.
E para os pequenos gostos pessoais, que me reste sensibilidade bastante para entretê-las. Ai de mim se começo a não achar mais graça nos pequenos gostos pessoais. Que o perfume do sabonete, no banho matinal, seja sempre violeta; que haja um cigarro forte para depois do café; uma camisa limpa para vestir; um terno que pode não ser novo, mas que também não esteja amarrotado. Uma vez ou outra, acredito que não me fará mal um filme da Lollobrigida, nem um uísque com gelo ou - digamos - uma valsa.
Nada de coisas impossíveis para que a vida possa ser mais bem vivida. Apenas uma praia para janeiro, uma fantasia para fevereiro, um conhaque para junho, um livro para agosto e as mesmas vontades para dezembro.
No mais, continuarei a manter certas esperanças inconfessáveis porém passíveis - e quanto - de acontecerem.
Sérgio Porto - Stanislaw Ponte Preta
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
A palavra do "poetinha"
Soneto à lua
Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:
E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!
E mãos lânguidas, loucas e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros?
Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?
Fugaz, com que direito tens-me presa
A alma que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:
E és tampouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética, indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!
Vinicius de Moraes
Rio de Janeiro, 1938
sábado, 6 de agosto de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Boa noite, Manuel Bandeira
Satélite
Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A lua baça
Paira.
Muito cosmograficamente
Satélite.
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e enamorados,
Mas tão somente
Satélite.
Ah! Lua deste fim de tarde,
Desmissionária de atribuições românticas;
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
gosto de ti, assim:
Coisa em si,
-Satélite.
(Manuel Bandeira)
Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A lua baça
Paira.
Muito cosmograficamente
Satélite.
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e enamorados,
Mas tão somente
Satélite.
Ah! Lua deste fim de tarde,
Desmissionária de atribuições românticas;
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
gosto de ti, assim:
Coisa em si,
-Satélite.
(Manuel Bandeira)
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Futuro
Essa palavra que soa em tom de esperança, medo, incertezas e espera, hoje me trouxe alegrias tantas. Aos poucos tudo se reorganiza, e em meio a tudo é possível refazer planos para que caiba mais esperança e pessoas, assim como esperança nas pessoas...
Em meio a fotografias que parecem ser de outra vida, vejo que o riso e o olhar permanecem iguais (sinceros).
E agora indo (não recomeçar do zero) continuar de onde havia parado, pois hoje a saudade tem nome de esperança.
(Luana Lopes)
sexta-feira, 17 de junho de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
quarta-feira, 20 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Boa noite, Cecilia Meireles
Rua dos rostos perdidos
Este vento não leva apenas os chapéus,
estas plumas, estas sedas:
este vento leva todos os rostos,
muito mais depressa.
Nossas vozes já estão longe,
e como se pode conversar,
como podem conversar estes passantes
decapitados pelo vento?
Não, não podemos segurar o nosso rosto:
as mãos encontram o ar,
a sucessão das datas,
a sombra das fugas, impalpável.
Quando voltares por aqui,
saberás que teus olhos
não se fundiram em lagrimas, não,
mas em tempo.
De muito longe avisto a nossa passagem
nesta rua, nesta tarde, neste outono,
nesta cidade, neste mundo, neste dia.
(Não leias o nome da rua, - não leias!)
Conta as tuas historias de amor
como quem estivesse gravando,
vagaroso, um fiel diamante.
E tudo fosse eterno e imóvel.
(Cecilia Meireles, New York 1959)
Este vento não leva apenas os chapéus,
estas plumas, estas sedas:
este vento leva todos os rostos,
muito mais depressa.
Nossas vozes já estão longe,
e como se pode conversar,
como podem conversar estes passantes
decapitados pelo vento?
Não, não podemos segurar o nosso rosto:
as mãos encontram o ar,
a sucessão das datas,
a sombra das fugas, impalpável.
Quando voltares por aqui,
saberás que teus olhos
não se fundiram em lagrimas, não,
mas em tempo.
De muito longe avisto a nossa passagem
nesta rua, nesta tarde, neste outono,
nesta cidade, neste mundo, neste dia.
(Não leias o nome da rua, - não leias!)
Conta as tuas historias de amor
como quem estivesse gravando,
vagaroso, um fiel diamante.
E tudo fosse eterno e imóvel.
(Cecilia Meireles, New York 1959)
terça-feira, 12 de abril de 2011
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens)
quinta-feira, 31 de março de 2011
Eterna
Um mundo de furtivas virtudes foge pelo horizonte
A noite cobre o dia, trazendo consigo todos os seus vícios...
Como seria bom se a noite fosse eterna.
Se cada um pudesse ser aquilo que quer e realmente é.
Livres de todos os pudores
Cobertos pelo negro véu da liberdade noturna para sempre.
Os moralistas depravados...
As virgens Madonas
O álcool consumido como droga...
E todos embriagados pela felicidade de viver
Sem a ressaca do amanhecer...
Ah, como seria boa a noite eterna...
Eu, ela e nosso amor perfeito...
Guiados pela mesma estrela e mesma luz...
Aproveitando o melhor de sermos um só
Ah, como seria boa a noite eterna
Longa e duradoura
enquanto me perco em teus braços
em teu corpo, tua boca e tua mente...
Como seria boa a noite eterna
Simples e singela
Escura, libertina e responsável...
Vem noite, tirar de todos nós a responsabilidade de viver o dia
e nos dê a obrigação de sermos coerentes, mas sermos nós mesmos.
Por isso admiro a noite em mais um amanhecer...
pois nela vejo os olhos de minha amada.
Longe, indo, mas sem jamais dizer Adeus...
Vem o Dia.... Acaba o sonho
Nascem a mesmas e as novas esperanças.
Como a criança quando vê o Sol...
Daniel Gaspar
A noite cobre o dia, trazendo consigo todos os seus vícios...
Como seria bom se a noite fosse eterna.
Se cada um pudesse ser aquilo que quer e realmente é.
Livres de todos os pudores
Cobertos pelo negro véu da liberdade noturna para sempre.
Os moralistas depravados...
As virgens Madonas
O álcool consumido como droga...
E todos embriagados pela felicidade de viver
Sem a ressaca do amanhecer...
Ah, como seria boa a noite eterna...
Eu, ela e nosso amor perfeito...
Guiados pela mesma estrela e mesma luz...
Aproveitando o melhor de sermos um só
Ah, como seria boa a noite eterna
Longa e duradoura
enquanto me perco em teus braços
em teu corpo, tua boca e tua mente...
Como seria boa a noite eterna
Simples e singela
Escura, libertina e responsável...
Vem noite, tirar de todos nós a responsabilidade de viver o dia
e nos dê a obrigação de sermos coerentes, mas sermos nós mesmos.
Por isso admiro a noite em mais um amanhecer...
pois nela vejo os olhos de minha amada.
Longe, indo, mas sem jamais dizer Adeus...
Vem o Dia.... Acaba o sonho
Nascem a mesmas e as novas esperanças.
Como a criança quando vê o Sol...
Daniel Gaspar
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
A vez de Ferreira Gullar
Metade
Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também
Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também
(Ferreira Gullar)
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
A vez de Clarice Lispector
Saudades
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Passa tempo
Paro
... logo penso
Passo
...todo tempo a sonhar
Vendo
... estrelas,
a vida e o tempo passar
Nuvem
... a desenhar
O que outrora
... já foi flor,
Agora,
... é um espaço
... em branco.
( Luana Lopes )
... logo penso
Passo
...todo tempo a sonhar
Vendo
... estrelas,
a vida e o tempo passar
Nuvem
... a desenhar
O que outrora
... já foi flor,
Agora,
... é um espaço
... em branco.
( Luana Lopes )
sábado, 8 de janeiro de 2011
Não contar
Eu sou do tipo de pessoa que evita ao máximo se apaixonar, principalmente quando é algo que parece impossível, quando se trata do coração a coragem desaparece. E acredito que só o fato de tentar evitar já faz com que a atração pela outra pessoa só aumente. Como me incomoda, meu Deus. Nunca consegui contar uma paixão para alguém, é um peso suportável no extremo limite do suportável. Não contar é como ter ganho muito dinheiro e não poder gastar: a felicidade de ter toda a riqueza de nada tem valor. Não, exemplo idiota, porque na verdade não contar tem muito valor sim: é possível ficar feliz com cada ação conquistada sem cair em si. Acredito que contar uma paixão deveria ajudar a desapaixonar, por isso que sempre cogito em contar. E a auto-estima cai de novo lá em baixo quando penso nisso, porque não existe pessoa no mundo, não que eu conheça, e perdoem-me meus amigos, mas não há pra quem contar. Primeiro porque essa pessoa tem que conhecer a outra, e isso já dificulta porque não pode haver um nível de amizade entre as duas, ao mesmo tempo que tem que ter um nível alto de amizade comigo. Difícil. Não gosto de complicar, mas é por isso que prefiro não contar, até porque a partir do momento que você conta, aumentam os riscos. Risco de a pessoa saber, o definitivamente não é bom. O fato do outro saber só causa constrangimento. Ninguém passa a gostar por descobrir que alguém é apaixonado por ele. Miss corações solitários, acho que preciso de ajuda.
(Nina Zambiassi)
(Nina Zambiassi)
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
palavra poética
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
(Vinícius de Moraes)
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
(Vinícius de Moraes)
domingo, 2 de janeiro de 2011
Um fim!
"A gente se surpreende em saber o quanto pode suportar", frase dita em "House MD" e sem assistir a série muitas vezes vi escrita. É uma frase que nunca tinha surtido efeito para mim. E é tão simples que nem atenção me chamava. Mas as palavras vão e voltam quando precisamos dela, e no momento certo ela virou como um mantra. Força. Para suportar é preciso força. E por mais que a dor seja grande, é tão bom ver que não existe uma dependência como antes se achava. A liberdade surge e é sempre quado não se quer aproveita-la."
by. Nina Zambiassi
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